Somália registra 29 mil mortes de crianças
Aproximadamente 29 mil crianças menores de 5 anos morreram de fome nos últimos três meses na Somália, segundo estimativa divulgada pelo governo dos EUA.
A projeção foi feita a partir de pesquisas sobre nutrição e mortalidade analisadas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Esse número pode se elevar ainda mais, pois segundo levantamento da ONU ao menos 640 mil crianças somalis estão desnutridas.
O surto de fome é resultado da pior seca dos últimos 60 anos que se abateu sobre a Somália e já se espalha pelo Chifre da África.
Segundo a ONU, aproximadamente 10 milhões de pessoas já foram atingidas na Somália, no Quênia, no Djibuti e na Etiópia.
A ONU declarou situação de fome na capital somali, Mogadíscio, e em outras cinco cidades próximas. Segundo estimativas da organização, o sul da Somália enfrenta uma situação de insegurança alimentar que também pode se transformar em fome, em seis semanas, caso o país não receba ajuda internacional.
Um silêncio perturbador domina o campo de refugiados de Badbaabo, o maior de Mogadício, capital da Somália. Surpreendentemente, o choro de criança é raro. Apesar do estado agudo de desnutrição de milhares de pessoas precariamente acampadas em tendas feitas com galhos de árvores, o instinto infantil mais básico parece ter sido derrotado.
"Ela tem muita fome, mas acho que ficou fraca demais para chorar", diz Shukri Mohamed, 28, embalando seu bebê de oito meses. Pele e osso, a criança tem os olhos vidrados, indiferente ao bando de moscas que passeiam sobre seu rosto.
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