O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou hoje que a população infantil do Sudão continua sendo vítima de grandes abusos por parte de vários grupos armados que operam no país.
Em um relatório ao Conselho de Segurança, Ban disse que, apesar de haver "pequenas mostras de melhora", continuam acontecendo casos de assassinato, seqüestro e estupro de menores.
Além disso, os combates que são registrados periodicamente na região sudanesa de Darfur impedem desenhar um panorama completo dos crimes que atingem as crianças sudanesas, acrescentou o relatório.
No sul do país, que durante duas décadas foi palco de uma guerra entre guerrilhas locais e o Governo de Cartum, as violações têm uma natureza que obedece com o tempo à ausência de uma autoridade legal e aos longos anos do conflito que terminou em janeiro de 2005.
Por isto instou o Governo do sul do Sudão que se formou após os acordos de paz a acabar com o recrutamento de menores e estabelecer um mecanismo com entidades internacionais para verificar que não restam crianças-soldado nas fileiras de grupos rebeldes.
Por outro lado, Ban celebrou o plano de ação para a inserção social que a Unicef assinou recentemente em Darfur com uma facção do Exército de Libertação do Sudão, que assinou no ano passado um acordo de paz com o Governo deste país africano.
Parte deste acordo inclui a obrigação de retirar os menores das fileiras dos grupos armados e facilitar o retorno a suas famílias.
Em outro capítulo do relatório, Ban expressa sua profunda preocupação pela impunidade dos autores de atos de violência sexual e abusos contra mulheres e meninas em todo o país, especialmente em Darfur.
O conflito do Sudão, que já tirou mais de 200 mil vidas e deixou mais de 2 milhões de deslocados, explodiu em fevereiro de 2003 quando o MJI e o Movimento de Libertação do Sudão pegaram em armas em protesto pela situação de pobreza e marginalização que sofria a região.
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