segunda-feira, 19 de março de 2012

Branquinha a ovelhinha desobediente!

Branquinha era uma ovelhinha muito curiosa e desobediente. Ela fazia parte de um rebanho de 100 ovelhas que eram cuidadas amorosamente por um dedicado pastor. Todos os dias o pastor levava o rebanho para apascentar em verdes campos, mas sempre cuidando delas; não deixava que traspassassem os limites, porque aquela era uma região de animais peçonhentos e selvagens.

Branquinha sempre chegava perto do limite e olhando ao longe pensava:

-Com certeza há plantinhas muito mais deliciosas, bem longe daqui! Meu sonho é um dia fazer dessas plantinhas um saboroso banquete!

O pastor, que a conhecia muito bem, sempre ficava de olho nela e dizia:

-Branquinha, minha pequena! Venha para perto de mim! Você sabe que não deve ir longe.

Então, Branquinha, contrariada, voltava para o rebanho.

 

Num daqueles dias, o lobo descobriu o lugar onde estavam as ovelhas e logo percebeu a facilidade de se aproximar de Branquinha porque ela sempre se afastava do rebanho e do pastor.

Então, o malvado, maquinou um plano para devorar a Branquinha. Ele se disfarçou de plantinha, se aproximou dela e começou a chamá-la:

-Psiu! Psiu!

-Esta falando comigo? Disse Branquinha procurando quem a chamava.

- Sim!, Respondeu o lobo falseando a voz para simular que eram as plantinhas que estavam falando.

-Plantinhas?…São vocês?

-Sim, somos nós querida ovelhinha!

-Mas que maravilha!  Nunca tinha ouvido plantinhas falar! Esperem ai! Vou chamar o meu pastor! Garanto que ele vai se surpreender!

-Não! Espere ovelhinha. A gente não fala com humanos. Só com ovelhinhas! Respondeu o lobo apavorado.

-Ah que pena!

-Pois é! eu tenho observado muito você por esses dias! Você é uma ovelhinha muito diferente! Disse o mentiroso.

-É mesmo? Respondeu Branquinha toda feliz. – como assim?

-Você é uma ovelhinha “antenada” e inteligente. Vejo que você gosta de explorar novos lugares, e aposto até que você já sabe que depois do vale, lá bem longe… Há umas plantinhas saborosas.

-Sim, claro! Eu sou a única ovelhinha inteligente neste rebanho… E por isso sabia daquelas plantinhas…. Mas, acontece que….

-O que foi querida? Pode falar!

-É que o meu pastor não leva a gente a pastar além do vale, porque disse que é perigoso.

-Pois é, para você ser uma ovelhinha descolada e chic, está faltando mais uma coisa!

-O que, o que?… disse branquinha completamente envolvida na conversa do malvado lobo.

-LIBERDADE! Uma ovelhinha esperta, tem que ser livre. Ser livre é fazer o que você quiser, do jeito que quiser, onde você quiser e quando quiser. Liberdade é fazer tudo o que você tem vontade de fazer!

-É mesmo? Disse Branquinha sem desconfiar.

-Sim! Nós somos umas plantinhas chiques e livres. Você quer ser como a gente?

-Sim quero ser LIVRE!

-Então quer ir com a gente além do vale para comer as plantinhas saborosas que só existem por lá?

-Sim vamos! Respondeu Branquinha empolgada.

E assim o lobo conseguiu enganá-la, afastando-a do rebanho e da proteção do pastor.

Depois de terem caminhado vários quilômetros, Branquinha estava exausta.

 


Enquanto isso o pastor estava chegando ao redil, e como fazia todos os dias, ele ficou parado na entrada contando as ovelhas à medida que entravam.

-Floco de neve… Rabinho Branco… Docinho… Pinguinho… Orelhinha… Algodãozinho…   e…. Branquinha? Onde está Branquinha? Ela não voltou com o rebanho? Alguém a viu? Gritava desesperado o pastor.

-Oh, não! Sairei à sua procura imediatamente! Disse, enquanto fechava a porta do redil e pegava o cajado em sua mão.

Foi assim que corajosamente o pastor saiu em busca da sua amada ovelha.

Bem longe dali, além do vale, Branquinha ainda caminhava seguindo “as plantinhas chiques e livres”, quando disse:

-Chega de andar, já estou exausta e com muita fome!

-Estamos longe do pastor? Perguntou o lobo.

-Sim, estamos muito longe.

- Então pode comer sim! Venha aqui, coma, coma… Somos muito saborosas, disse o lobo enquanto se preparava para devorar Branquinha.

Sem pensar duas vezes, Branquinha, deu uma mordida nas plantinhas…

-uhggggg!! Que nojo! Vocês são plantinhas falsas, de plástico.

 




-Sim, mas eu sou um autêntico lobo! Disse o malvado enquanto arrancava o disfarce. Ele começou a perseguir a Branquinha com as suas afiadas garras e temíveis dentes.

-Ah!! É o lobo mau! Socorro! Não Quero ser comida pelo lobo! Pastoooooorrr! Socorro! Gritava Branquinha enquanto corria desesperada com o lobo no seu encalço.

O lobo conseguiu capturar Branquinha e deu uma mordida em seu rabo.

Branquinha pensou que estava tudo acabado, que o seu fim havia chegado, até que de repente…, ouviu a voz do seu amado pastor.


-Solte-a, agora, tire sua mãos imundas da minha ovelha! Gritou o pastor enquanto batia fortemente no lobo com o seu cajado.

Branquinha chorava desconsoladamente com medo de que o malvado lobo ferisse o seu pastor. Depois de muita luta, a amedrontada ovelhinha ouviu a voz do pastor que estendia seus carinhosos braços para ela:

-Está tudo bem Branquinha. Não tenha medo! O perigo já passou. Venha para meus braços. Agora você está segura.

Como Branquinha estava agora feliz nos braços do seu pastor!

E o lobo? Querem saber o que aconteceu com o lobo? Ele ainda está correndo da surra que levou do pastor.


 

O pastor levou a ovelhinha nos seus ombros até o redil. Ele estava feliz porque a tinha achado, porque a tinha resgatado bem a tempo. Ainda que resgatá-la lhe custara varias mordidas do lobo mau.

A ovelhinha estava muito arrependida e agradecida, e prometeu nunca mais desobedecer nem desconfiar da bondade do seu pastor. Afinal ele arriscara a própria vida valentemente para salvá-la.

Essa noite houve no redil uma grande festa como nunca antes. Porque as ovelhas e o pastor alegraram-se toda a noite. E vieram os vizinhos e os amigos, e até os grilos, os sapos e todos os animais do vale cantaram alegremente com eles. Y essa noite a lua brilhou mais resplandecente que nunca.

Branquinha tinha voltado sã e salva para o rebanho.

“Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.”  (João 10:11)

Escrita e desenhada pela Pastora Gabriela Pache de Fiúza


Nenhum comentário:

Postar um comentário